Doenças GenéticasAV ContribuiçõesColunista Alfredo ViniciusColunistasDoenças HereditáriasDoenças Neurológicas Genéticas e HereditáriasDr Alfredo Vinícius

Síndrome de Rendu-Osler-Weber: O que é, causas, sintomas e tratamento

Síndrome de Rendu-Osler-Weber: O que é, causas, sintomas e tratamento

Este artigo foi desenvolvido com rigor técnico e embasamento científico pelo Portal Saúde AZ, para esclarecer aspectos essenciais da Síndrome de Rendu-Osler-Weber (também conhecida como Telangiectasia Hereditária Hemorrágica).

Ao longo do texto, você encontrará definição, histórico, fisiopatologia, epidemiologia, quadro clínico, fatores de risco, opções terapêuticas, exames diagnósticos, prevenção, complicações, prognóstico e dicas para familiares, além de exemplos de casos e uma FAQ.

O que é Síndrome de Rendu-Osler-Weber?

Definição técnica

A Síndrome de Rendu-Osler-Weber é uma doença genética autossômica dominante caracterizada pela formação de malformações arteriovenosas e telangiectasias em diversos órgãos, levando a episódios recorrentes de hemorragias e a sobrecarga hemodinâmica nos sistemas afetados.

Origem da doença

Descobridores / Histórico

  • 1896: Henri Rendu descreveu telangiectasias mucocutâneas com sangramentos nasais.

  • 1901: Parkes Weber relatou casos semelhantes associados a malformações vasculares.

  • 1907: Frederick Parkes Weber consolidou as observações, e William Osler detalhou a hereditariedade e sintomas em 1901, popularizando o e-ponônimo.

Órgãos e especialidades relacionadas

  • Órgãos afetados: pele, mucosas nasais, trato gastrointestinal, pulmões, fígado e sistema nervoso.

  • Especialidades médicas: Hematologia, Otorrinolaringologia, Gastroenterologia, Pneumologia, Radiologia Intervencionista.


O Que é Densitometria Óssea?

Exames Essenciais a partir dos 50 Anos

Exame de DNA em Grávida: O Que Você Precisa Saber

Pré-Natal e Saúde do Bebê: Como Um Afeta o Outro

Quando o Bebê Começa a Mexer na Gravidez?


Fisiopatologia da doença

A mutação em genes como ENG e ACVRL1 provoca desequilíbrio na sinalização do TGF-β, essencial para a formação e manutenção da arquitetura vascular. Isso resulta em fragilidade capilar e comunicação direta entre artérias e veias (fístulas), sem leito capilar, predispondo ao sangramento e sobrecarga circulatória.

O que são Doenças Neurológicas?

Epidemiologia

  • Prevalência: estimada em 1-2 casos por 10.000 habitantes.

  • Distribuição: global, sem predomínio étnico ou de sexo.

  • Diagnóstico tardio: comum, devido à variabilidade clínica e tendência a subdiagnosticar formas leves.

Sintomas comuns

  • Epistaxes (sangramentos nasais) recorrentes desde a infância ou adolescência

  • Telangiectasias cutâneas (lábios, língua, face)

  • Sangramento gastrointestinal (úlceras e telangiectasias intestinais)

  • Fístulas arteriovenosas pulmonares (dispneia, hipóxia)

  • Fístulas hepáticas (insuficiência cardíaca de alto débito)

  • Cefaleias e crises neurológicas por malformações cerebrais

Fatores de risco

  • História familiar positiva para HHT

  • Idade avançada (acúmulo de lesões vasculares)

  • Hipertensão (agravamento de epistaxes)

  • Uso de anticoagulantes ou anti-agregantes

Tratamentos disponíveis

INTERVENÇÃO INDICAÇÃO PRINCIPAIS EFEITOS COLATERAIS
Laserterapia de mucosa nasal Episódios graves de epistaxe Dor local, crostas nasais
Embolização de fístulas pulmonares Fístulas com repercussão hemodinâmica Infarto pulmonar, dor torácica
Bevacizumabe (anticorpo anti-VEGF) Sangramentos gastrointestinal e epistaxe Hipertensão, proteinúria
Estrogenoterapia ou tamoxifeno Controle de epistaxes recorrentes Trombose, alterações hormonais
Suplementação de ferro e transfusão Anemia por perda crônica de sangue Reações transfusionais

Exames realizados

  • Telangioscopia nasal

  • Endoscopia digestiva alta e colonoscopia

  • Tomografia de tórax com contraste (fístulas pulmonares)

  • Ultrassom Doppler abdominal (fístulas hepáticas)

  • Ressonância magnética cerebral

  • Teste genético para mutações ENG e ACVRL1

Prevenção

  • Aconselhamento genético em famílias afetadas

  • Monitoramento anual por equipe multidisciplinar

  • Profilaxia antibiótica antes de procedimentos odontológicos (para evitar abscessos cerebrais)

  • Evitar uso desnecessário de anticoagulantes sem acompanhamento rigoroso


Complicações possíveis

  • Anemia crônica

  • Insuficiência cardíaca de alto débito

  • Abscessos cerebrais por septicemia paradoxal

  • Tromboembolismo pulmonar

  • Hipertensão portal e suas consequências


Prognóstico

A evolução é variável: pacientes com manejo adequado e tratamento das malformações apresentam qualidade de vida razoável, enquanto formas com fístulas múltiplas e sangramentos frequentes podem ter morbimortalidade elevada.

Estatísticas e dados

  • Até 90% dos pacientes apresentam epistaxes até os 20 anos de idade.

  • 15–50% desenvolvem fístulas arteriovenosas pulmonares.

  • Cerca de 8–10% dos portadores têm abscessos cerebrais ao longo da vida.

Dicas para familiares

  • Registre frequência e intensidade dos sangramentos nasais.

  • Mantenha controle do nível de hemoglobina e ferro no sangue.

  • Agende consultas regulares com otorrinolaringologista e hematologista.

  • Garanta que o paciente use protetores nasais e mantenha mucosas hidratadas.

FAQ – Perguntas Frequentes

  1. Quando suspeitar de HHT?
    Sangramentos nasais recorrentes desde a infância, associando-se a histórico familiar.

  2. A doença é hereditária?
    Sim, segue padrão autossômico dominante: cada filho de portador tem 50% de chance.

  3. Há cura?
    Não há cura genética; o tratamento foca no controle dos sintomas e das malformações.

  4. Como confirmar o diagnóstico?
    Critérios de Curaçao e confirmação por teste genético quando disponível.

  5. Quais especialistas devo consultar?
    Hematologia, Otorrinolaringologia, Gastroenterologia, Pneumologia e Radiologia Intervencionista.

Tabela Comparativa

ASPECTO HHT (Rendu-Osler-Weber) Fístulas Adquiridas
Tipo de malformação Genética (autossômica dom.) Secundária a trauma ou tumor
Manifestações clínicas Epistaxes, telangiectasias Sintomas variados conforme sítio
Diagnóstico Critérios de Curaçao + genética Imagem e história clínica
Tratamento Laser, embolização, bevacizumabe Cirurgia, intervenção local

3 Exemplos de Casos

  • Caso 1: Mulher, 35 anos, múltiplas epistaxes desde a adolescência, telangiectasias labiais e fístula pulmonar embolizada com sucesso.

  • Caso 2: Homem, 50 anos, anemia crônica, telangiectasias gástricas identificadas em endoscopia e tratado com bevacizumabe; hemoglobina estabilizada.

  • Caso 3: Adolescente, 16 anos, histórico familiar positivo, testagem genética confirmou mutação em ENG; iniciou acompanhamento preventivo e profilaxia dentária.

Bibliografia

  • Faughnan ME et al. “Second International Guidelines for the Diagnosis and Management of Hereditary Hemorrhagic Telangiectasia.” Ann Intern Med.

  • Guttmacher AE, Marchuk DA, White RI Jr. “Hereditary hemorrhagic telangiectasia.” N Engl J Med.

  • Ministério da Saúde – Diretrizes de Doenças Raras.

  • Portal Saúde AZ – Conteúdos sobre doenças vasculares.

Avisos Legais

O conteúdo fornecido neste artigo não substitui o aconselhamento médico profissional. Caso você apresente sintomas compatíveis com a Síndrome de Rendu-Osler-Weber ou qualquer outra condição, consulte um médico ou especialista qualificado para avaliação e orientação personalizada.

Palavras-chave para suas próximas buscas na internet:

síndrome de rendu-osler-weber, telangiectasia hereditaría hemorrágica, HHT, epistaxe recorrente, fístulas arteriovenosas, bevacizumabe HHT, teste genético ENG ACVRL1, malformação vascular hereditária, tratamento HHT, diagnóstico HHT, sangramento gastrointestinal HHT, profilaxia dental HHT.

O conteúdo fornecido neste artigo não substitui o aconselhamento médico profissional. Caso você tenha sintomas relacionados ao artigo ou qualquer dúvida sobre a saúde, consulte um médico ou especialista qualificado para uma avaliação detalhada.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *