O que é a enterorressonância?

O que é a enterorressonância?

A enterorressonância é amplamente utilizada para diagnosticar e monitorar condições relacionadas ao intestino delgado e outras estruturas abdominais. Suas principais aplicações incluem:

1. Doenças Inflamatórias Intestinais

• Avaliação de doença de Crohn , identificando inflamações, estreitamentos (estenoses) e fístulas.
• Monitoramento da atividade da doença e resposta ao tratamento.

2. Tumores e Massas

• Diagnóstico de tumores malignos ou benignos no intestino delgado.
• Avaliação de metástases ou invasão de órgãos adjacentes.

3. Obstruções Intestinais

• Identificação de áreas de obstrução parcial ou completa no intestino delgado.
• Diferenciação entre causas mecânicas (como aderências ou tumores) e funcionais.

4. Hemorragias Gastrointestinais

• Investigação de sangramentos ocultos no intestino delgado, quando a endoscopia superior e colonoscopia não identificam a fonte.

5. Outras Aplicações

• Avaliação de malformações congênitas do intestino delgado.
• Detecção de isquemia mesentérica (falta de fluxo sanguíneo para o intestino).
• Diagnóstico de doenças infiltrativas, como amiloidose ou linfoma.

Como é Realizada a Enterorressonância?

A realização da enterorressonância requer preparação adequada para garantir imagens nítidas e precisas. Aqui estão os passos básicos do procedimento:

1. Preparação:
   • Jejum de 6 a 8 horas antes do exame para esvaziar o trato gastrointestinal.
   • Uso de medicamentos purgantes ou líquidos específicos para limpar o intestino, se necessário.
   • Informar ao médico sobre alergias ao contraste à base de gadolínio, insuficiência renal ou presença de dispositivos metálicos implantados (como marca-passos).
2. Ingestão do Contraste Oral:
   • O paciente ingere uma quantidade específica de contraste oral neutro (como solução de manitol ou polietilenoglicol) cerca de 30 a 60 minutos antes do exame.
   • Esse contraste distende o intestino delgado, facilitando a visualização.
3. Administração do Contraste Intravenoso:
   • Um contraste à base de gadolínio é injetado por via intravenosa imediatamente antes do início da varredura.
   • Após a injeção, o paciente pode sentir calor temporário ou leve desconforto.
4. Captura das Imagens:
   • O paciente deita-se em uma mesa deslizante que entra no equipamento de ressonância magnética.
   • O equipamento realiza cortes finos da região abdominal enquanto a mesa se move lentamente.
   • Durante o exame, o paciente deve permanecer imóvel para garantir imagens nítidas.
5. Duração:
   • O exame geralmente dura entre 45 minutos e 1 hora, dependendo da complexidade.

Casos Clínicos: 3 Exemplos Diferenciados de Enterorressonância

A seguir, apresentamos três cenários clínicos que destacam as diferentes aplicações da enterorressonância:

Caso 1: Doença de Crohn

Paciente: Ana, 28 anos, com dor abdominal crônica, diarreia intermitente e perda de peso.
Diagnóstico Suspeito: Doença inflamatória intestinal (doença de Crohn).

• Procedimento:
  • Foi realizada uma enterorressonância após ingestão de contraste oral neutro e administração de contraste intravenoso à base de gadolínio.
  • As imagens revelaram espessamento das paredes intestinais, sinais de inflamação e formação de fístulas entéricas.
• Resultado:
  • Confirmado diagnóstico de doença de Crohn ativa.
  • Iniciado tratamento com medicamentos imunossupressores e acompanhamento longitudinal.
• Conclusão:
  A enterorressonância foi crucial para identificar alterações características da doença de Crohn, guiando o plano terapêutico.

Caso 2: Tumor no Intestino Delgado

Paciente: João, 45 anos, com dor abdominal difusa e episódios recorrentes de sangramento oculto nas fezes.
Diagnóstico Suspeito: Tumor no intestino delgado.

• Procedimento:
  • Realizada uma enterorressonância para investigar a causa do sangramento.
  • As imagens mostraram uma massa localizada no jejuno, com características sugestivas de tumor neuroendócrino.
• Resultado:
  • O paciente foi encaminhado para cirurgia exploratória, onde o tumor foi removido.
  • Biópsia confirmou o diagnóstico de tumor neuroendócrino de baixo grau.
• Conclusão:
  A enterorressonância permitiu a detecção precoce de uma lesão rara e potencialmente grave.

Caso 3: Obstrução Intestinal

Paciente: Maria, 60 anos, com dor abdominal intensa, vômitos e ausência de eliminação de gases e fezes.
Diagnóstico Suspeito: Obstrução intestinal.

• Procedimento:
  • Realizada uma enterorressonância para avaliar a causa da obstrução.
  • As imagens revelaram uma área de estreitamento significativo no íleo terminal, compatível com aderências pós-cirúrgicas.
• Resultado:
  • O paciente foi submetido a uma intervenção cirúrgica para liberação das aderências.
  • Alta hospitalar após recuperação satisfatória.
• Conclusão:
  A enterorressonância foi essencial para identificar a causa da obstrução e orientar o tratamento.

Vantagens da Enterorressonância

1. Sem Radiação Ionizante: Segura para gestantes, crianças e pacientes que precisam de múltiplos exames.
2. Alta Precisão: Fornece imagens detalhadas do intestino delgado, uma área difícil de acessar por outros métodos.
3. Detecção Precoce: Identifica alterações inflamatórias, obstrutivas ou neoplásicas antes que causem sintomas graves.
4. Versatilidade: Aplicável a diversas condições, desde doenças inflamatórias até tumores malignos.

Limitações e Considerações

Apesar de suas vantagens, a enterorressonância tem algumas limitações e considerações importantes:

• Claustrofobia: O túnel fechado pode causar desconforto em pacientes com medo de espaços confinados.
• Uso de Contraste: Pode ser contraindicado em pacientes com insuficiência renal grave.
• Duração do Exame: Pode ser mais longa do que outros métodos, como a tomografia computadorizada.
• Custo Elevado: É mais cara do que exames convencionais, como ultrassonografia abdominal.

Estatísticas e Dados

• Cerca de 150 mil exames de enterorressonância são realizados anualmente no Brasil.
• A enterorressonância tem uma precisão de 95% a 98% no diagnóstico de doença de Crohn e tumores intestinais.
• No mundo, o uso da enterorressonância aumentou 130% nos últimos 10 anos , graças aos avanços tecnológicos.

Link para dados epidemiológicos oficiais

FAQ

A enterorressonância é dolorosa?
Não. O exame é indolor, exceto pela leve picada durante a injeção do contraste intravenoso.

Qual é a diferença entre enterorressonância e enterotomografia?
A enterorressonância usa campos magnéticos e ondas de rádio, enquanto a enterotomografia usa raios-X e contraste iodado. A escolha depende da condição clínica e das contraindicações do paciente.

É seguro fazer enterorressonância durante a gravidez?
Sim, desde que evite o uso de contraste à base de gadolínio. A enterorressonância é preferida em gestantes devido à ausência de radiação.

Quanto tempo leva para sair o resultado?
Os resultados geralmente ficam prontos em poucas horas ou até 1 dia, dependendo do laboratório.

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